sexta-feira, 12 de junho de 2009

Aula de Literatura?

Navegando pela internet em busca de informações para o meu futuro artigo, fuçando em alguns blogs e lendo notícias do dia, deparei-me com uma reportagem intitulada de "Conto com trecho erótico é indicado por professora", publicada dia 12/06/2009 no jornal Diário do Grande ABC.

Em primeiro momento achei que fosse mais um método de ensino aplicado por psicólogos e educadores. Mas a curiosidade tamanha, me fez ler a reportagem que faz sérias críticas à indicação do livro para as crianças, ou adolescentes, como queiram, de 13 e 14 anos, da Semef(Segunda Escola Municipal de Ensino Fundamental), de São Caetano do Sul. Em um trecho da matéria, as jornalistas dizem que não reproduziriam a obra literária em respeito à ingenuidade das crianças.

Tanto mistério me deixou afoito, que me fez procurar na rede mundial de computadores, a referida obra de Rubem Fonseca, chamada "O cobrador".

Comecei a ler, um texto um tanto quanto violento, não como a realidade ou programas televisivos, mas pesado para jovens no "auge" dos 13 anos. A leitura prossegue, cabelos arrepiam e a indignação toma conta de meu corpo.

Palavras assustadoras, opostas ao bom costume. Linguagem parecida, talvez seja encontrada nos filmes e revistas proibidas para menores de idade.

Com forte conotação sexual, palavrões e relatos de violência, pensei a seguinte indagação: Como pode um professor recomendar uma obra assim?

Sei, que todos vocês leitores do Brasil Atitude, estão se perguntando que texto tão pesado é esse. Para deixar claro minha indignação e para que qualquer um tire as próprias conclusões, transcrevo o trecho do conto "O cobrado", de Rubem Fonseca.

Quero deixar bem claro que o texto abaixo é IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 18 ANOS. O objetivo do Brasil Atitude é único e exclusivo de criar discussões acerca da polêmica obra literária sem ferir os bons costumes.

..."Uma caixa preta debaixo do braço. Falo com a língua presa que sou o bombeiro que vai fazer o serviço no apartamento duscenthos e um. O porteiro acha graça na minha língua presa e me manda subir. Começo do último andar. Sou o bombeiro (língua normal agora) vim fazer o serviço. Pela abertura, dois olhos: ninguém chamou bombeiro não. Desço para o sétimo, a mesma coisa. Só vou ter sorte no primeiro andar.

A empregada me abriu a porta e gritou lá para dentro, é o bombeiro. Surgiu uma moça de camisola, um vidro de esmalte de unhas na mão, bonita, uns vinte e cinco anos.

Deve haver um engano, ela disse, nós não precisamos de bombeiro.

Tirei o Cobra de dentro da caixa. Precisa sim, é bom ficarem quietas senão mato as duas. Tem mais alguém em casa? O marido estava trabalhando e o menino no colégio. Amarrei a empregada, fechei sua boca com esparadrapo. Levei a dona pro quarto.

Tira a roupa.

Não vou tirar a roupa, ela disse, a cabeça erguida. Estão me devendo xarope, meia, cinema, filé mignon e buceta, anda logo. Dei-lhe um murro na cabeça. Ela caiu na cama, uma marca vermelha na cara. Não tiro. Arranquei a camisola, a calcinha. Ela estava sem sutiã. Abri-lhe as pernas. Coloquei os meus joelhos sobre as suas coxas. Ela tinha uma pentelheira basta e negra. Ficou quieta, com olhos fechados. Entrar naquela floresta escura não foi fácil, a buceta era apertada e seca. Curvei-me, abri a vagina e cuspi lá dentro, grossas cusparadas. Mesmo assim não foi fácil, sentia o meu pau esfolando. Deu um gemido quando enfiei o cacete com toda força até o fim. Enquanto enfiava e tirava o pau eu lambia os peitos dela, a orelha, o pescoço, passava o dedo de leve no seu cu, alisava sua bunda. Meu pau começou a ficar lubrificado pelos sucos da sua vagina, agora morna e viscosa.

Como já não tinha medo de mim, ou porque tinha medo de mim, gozou primeiro do que eu. Com o resto da porra que saía do meu pau fiz um círculo em volta do umbigo dela.

Vê se não abre mais a porta pro bombeiro, eu disse, antes de ir embora..."


Texto extraido do site
Releituras

É importante ressaltar que o Brasil Atitude é contra a propagação da pornografia e incitação à violência.

Para muitos a obra de Rubem Fonseca, não tem nada de tão assustador, já que muitas crianças como essas que leram "O cobrador", já são sexualmente ativas e por isso o linguajar adotado é comum. Mas para este blogueiro, o texto é totalmente inadequado, existem várias obras de qualidade apropriadas para idade dos 13 e 14 anos, portanto "O cobrador" seria totalmente dispensável.

Agora, se os educadores acham que estão corretos, não deveriam corrigir ou ficarem constrangidos quando um aluno em sala de aula disser um palavrão.

Outro fato importante, na maioria das casas ainda existe um tabu em relação a sexo e sexualidade, onde pais não conversam com os filhos sobre os assuntos. Infelizmente as fontes de informações acerca desses temas estão carregadas de porcaria, ou seja, desinformação e muita pornografia. E quando uma criança ao ler a polêmica obra, irá absorver o que tem de pior nela, pois acredita aquilo é o certo.

A instituição escolar por sua vez, deveria rever alguns conceitos e colocar nas grades curriculares aulas de Educação Sexual, assim, podem suprir as deficiências dos pais e evitar com que doenças se propaguem e meninas engravidem precocemente.

Wilson Taveira Guardia.

2 comentários:

  1. Não encontro um meio, uma justificativa, para esse ter texto ser considerado literário. Permitam-me esclarecer: um texto literário é um texto "erótico", não "pornográfico" Agora, o "erótico" do literário é aquilo que não é mostrado(vejam na mitologia "Eros"), ou seja, aquilo que é transmitido através de figuras de linguagem (como exemplo a famosíssima metáfora); aquilo que podemos extrair das entrelinhas.
    Portanto, a priori, este texto não se configura como literário (o que não justifica ser trabalho nas escolas).

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  2. Sem comentários... Isso não é texto para ser usado em sala de aula, ainda mais por adolescentes... A juventude já está desorientada demais, não precisa de mais essa desorientação...

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