terça-feira, 15 de março de 2011

Inconformados com o não pagamento do auxílio aluguel, desabrigados mauaenses protestam em frente à Prefeitura


Aos gritos de “queremos solução” moradores que tiveram suas casas desapropriadas ou destruídas por causa das chuvas de verão protestaram no paço municipal de Mauá nesta manhã de segunda-feira. O movimento que começou por volta das nove horas da manhã contou com cerca de 70 pessoas e se estendeu ao longo do dia.

Moradores protestam em frente a prefeitura.
Por volta do meio dia, os moradores reclamavam que ainda não tinham sido atendidos e que não haveria previsão para isto ocorrer. A partir de então, revoltados os manifestantes partiram em direção da Av. João Ramalho, e fecharam a via por apenas alguns minutos para chamar a atenção das autoridades municipais. O objetivo foi conseguido, funcionários da prefeitura foram até a avenida e pediram aos manifestantes para desobstruírem a via e se dirigissem ao paço municipal para serem atendidos.

Funcionário da prefeitura de Mauá conversa com manifestantes.
Um a um foram recebidos na secretaria de habitação e voltaram de lá com uma nova promessa. Segundo os moradores o auxílio de R$ 300,00 aumentaria para R$ 350,00 e começaria a ser pago nesta terça-feira.

Mas, para a dona de casa Kelly Cristina Donatelli, essas informações passadas são para a Prefeitura ganhar tempo. “Eles falaram que é para nós voltarmos aqui amanhã de manhã para receber, mas pediram para ligar antes para não perder a viagem. Para boa entendedora meia palavra basta”concluiu . Sueli Carneio compartilha da mesma ideia e completa, “eles estão nos enrolando, se fossem pagar não iam pedir para nós ligarmos. Só falaram isso para quebrar o movimento, mas não vamos desistir, amanhã estaremos aqui, e se o pagamento não sair vamos parar a cidade”.

Outros moradores ao saírem do prédio da secretaria de habitação afirmaram à nossa reportagem que os funcionários “eram paus mandados e estavam ali para enrolar o povo”, afinal disseram que o pagamento não sairia hoje, pelo fato do banco dentro da Prefeitura estar fechado ao público. Essa informação chegou por volta das 13 horas, ou seja, dentro de expediente bancário que vai das 10h às 16h.

È expressivo o desespero das pessoas, muitas já estão com o segundo aluguel atrasado e os proprietários já estão pedindo os imóveis de volta. Situação ruim também é do eletricista Nelson Moura Santos, ex morador do Parnavaí, que agora mora em uma garagem com a mulher grávida, com data prevista para o parto para o próximo dia primeiro, e mais 4 filhos no bairro Alto do Boa Vista. 

A costureira Maria Claudete diz não ter “mais forças para lutar”, ela afirma que já procurou a Prefeitura mais de 10 vezes desde janeiro, e cada uma das vezes pedem um documento diferente que nem os funcionários sabem explicar quais são. “De tanto vir até aqui, perdi meu emprego de costureira há uma semana. Não aguento mais essa situação, não tenho mais esperança e muito menos força para lutar. Cada dia que venho aqui  eles me pedem mais documentos. Já trouxe todos que tenho, mas querem mais, mas não sabem me dizer quais”.

A única exigência feita pela Prefeitura para a concessão do auxílio era a apresentação do contrato do aluguel ou equivalente assinado pelo proprietário do imóvel, documentos pessoais do locatário e a carta de interdição emitida pela Defesa Civil de Mauá, segundo os moradores.

Ainda durante o movimento, os desabrigados protocolaram junto à Promotoria de Habitação de Urbanismo do município, cartas de próprio punho com pedido de ajuda ao Ministério Público. Atenciosas, as funcionárias da promotoria receberam os documentos e afirmaram “não ter necessidade, já que a Dra. Promotora Juliana de Sousa Andrade estaria tomando providências sobre o caso, mas que as cartas são de grande valia para fortalecer o processo”.

Nossa reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Mauá pessoalmente e por e-mail, para obter informações sobre os assuntos tratados nesta matéria, porém até o fechamento desta edição não recebemos resposta.


Wilson Taveira Guardia.  

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